Não há coincidências na vida.
Muitas vezes nos surpreendemos com algum fato, situação, ventura, descoberta, presente, encontro, reencontro ou oportunidade, de um modo tão perfeito e conectado, que logo dizemos: "Mas que coincidência!"
Mas o acaso não existe e as coincidências nada mais são do que "desculpas" das quais os céticos fazem uso para justificar o que não conseguem explicar pelos limitados recursos de uma razão irracional.
Todas as situações pelas quais passamos, desde as mais simples às mais complexas, são cuidadosamente planejadas no mundo invisível, muitas vezes por uma necessidade nossa que talvez ainda nem saibamos conscientemente que exista - apesar de nosso subconsciente já saber. E assim é, ainda que insistamos crer que não seja.
A cada escolha que fazemos, ou a cada explosão atômica de pensamento que enviamos ao cosmos, vibra em nós uma força inacreditavelmente gigantesca, sendo enviada para o Universo, que responde, atendendo aos desejos subconscientes que nosso ser manifesta, muitas vezes sem que nós nem saibamos.
E se pensamento é força, nossas ações também o são!
Eis que então o Universo conspira para que recebamos exatamente aquilo que mais necessitamos, seja uma mudança, um emprego novo, novos vizinhos, aquele leve acidente de trânsito, uma decepção amorosa, a partida de alguém que amamos ou a sutil chegada de alguém que nos inspira. Nossas necessidades então são amoravelmente atendidas, e muitas vezes nem percebemos que o invisível nos abraça.
E uma das mais evidentes "respostas" do Universo às nossas necessidades ou carências, desejos ou vontades (inconscientes ou não), é a chegada de pessoas em nossas vidas, cada qual com um papel diferente.
Alguns vêm para servir de exemplo. Outros, para nos inspirar. Há os que se achegam para nos ensinar lições. Outros, para compartilhar conosco o peso de um fardo. Há os amigos, os amores e também aqueles que representam dores. Seja pelo motivo que for, nunca entrarão ou sairão de nossas vidas por mero acaso.
E quão grandioso se faz o momento quando conseguimos perceber que até nas pequeninas coisas a inteligência Maior está agindo em nossas vidas, sempre nos convidando a fazer mais e melhor, a seguir em frente, a buscar a luz para clarear nossos passos e nos conduzir ao encontro de nós mesmos.
Recém formada em Medicina, Clara foi convidada "por acaso" para um evento médico de grande importância em outra cidade. Não queria ir, mas como já havia se comprometido, venceu o desânimo e decidiu honrar o compromisso. Chegou à cidade, alugou um carro "por acaso" e se dirigiu para um hotel. Ao se aproximar o horário do compromisso, arrumou-se e foi para o centro de convenções. Lá chegando, cumprimentou pessoas, distribuiu simpáticos sorrisos, trocou informações com outros médicos e bem cumpriu as obrigações sociais que a ocasião pedia. Resolveu ficar até mais tarde "por acaso", já que seus planos iniciais contemplavam uma permanência curta no evento.
No final da noite, já cansada, despediu-se e se dirigiu ao estacionamento. Lá chegando, entrou em seu veículo alugado e ao tentar ligá-lo a ignição não respondeu. Algumas tentativas e pouco mais de quarenta e cinco minutos depois, seu carro estava sendo rebocado pela locadora, que também enviou um táxi.
No caminho para o hotel, surpreendeu-se com a agradável conversação que mantinha com o taxista, um jovem chamado Bruno que aparentava ter pouco mais idade que ela. No decorrer da conversa, descobriu que ele era estudante do último período de Medicina e que, "por acaso", estava cobrindo seu pai, que naquela noite estava sentindo dores estranhas e foi gentilmente convidado pelo filho a ficar em casa descansando enquanto o substituiria na corrida da noite, já que também era permissionário.
Chegando ao hotel, muito cortês, o rapaz deu à Clara um cartão com o nome do pai e telefone, onde anotou seu próprio nome e informou também seu telefone.
Um ano se passara daquela noite em diante, e eis que "por acaso" ela teve que voltar àquela cidade. Outra convenção de médicos.
Chegou ao local e com sua costumeira simpatia, cumprimentou pessoas, distribuiu sorrisos, até que viu alguém familiar. Aproximou-se do cavalheiro bem vestido e se apresentou. Menos de dois minutos de conversa foram suficientes para se chocar com a "inegável coincidência" que a atingia naquela noite: Eis que Bruno, o mesmo motorista do táxi de um ano antes, estava diante dela, formado médico.
Conversaram, ficando juntos quase que toda a noite, envolvidos por um estranho e incoercível laço de simpatia que os unia, nascido um ano antes. Daquela noite, dois anos se passaram e recebi o convite de casamento de Clara e Bruno.
Aquilo que eles próprios classificaram como "sucessão de coincidências" nada mais era do que a simples perfeição do Universo agindo naquelas vidas. No plano espiritual, uma movimentação silenciosa garantiu que todas as "coincidências" acontecessem, como sutil resposta às necessidades daquelas almas.
Ecoou então no espaço a gargalhada de uma criança, a mesma que dentro de alguns anos seria a filha daquele casal, pelo qual nasceria na Terra para, dentre outros compromissos assumidos, doar sua medula óssea para o avô, pai do Dr. Bruno.
Na noite do encontro com Clara, em que Bruno o substituíra em função das "estranhas dores", a leucemia se instalava, para muitos anos depois, receber a doação da neta evitando que importantes anos de vida fossem furtados.
Mas esta seria uma outra sucessão de "coincidências inexplicáveis" que precisariam ocorrer para garantir que a Perfeição Universal mais uma vez triunfasse.
Assim também acontece conosco, mas estamos tão envolvidos com os problemas, preocupações, dúvidas e decisões, que não percebemos a magia das coisas que nos envolvem.
Perceba a vida! Perceba que tudo e todos estão meticulosamente ligados à Inteligência Maior, que nunca deixa de responder ao nosso chamado.
Somos espíritos eternos! Já vivemos muitas vidas e diante de nós, existem estradas milenares a serem percorridas. Em cada uma delas, somos carinhosamente conduzidos por essa Força Maior que cria adiante um sem número de possibilidades, de modo que qualquer que seja nossa escolha, lá haverá um caminho específico que se ligará a outros, formando milhares de "futuros" cuidadosamente projetados em seus meandros, para que exerçamos com perfeição nosso arbítrio, que é livre.
O acaso? Ele nunca existiu!
Pense Nisso!
Por Anderson Coutinho
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