São Cosme e Damião
“Honra o médico
por causa da necessidade, pois foi o altíssimo quem o criou. Toda medicina
provém de Deus..., a ciência do médico o eleva em honra.”
(Eclo 38, 1-3)
Pelo ano 303 na cidade de Egéia, na Arábia,
nasceram os gêmeos Cosme e Damião, filhos de nobres árabes; Dona Teodata,
mulher piedosa e de grandes virtudes, transmite aos filhos os vivos sentimentos
de fé, esperança e caridade.
O nome Cosme vem de “Cosmos”
– no grego: Puro,
e Damião – “Damianus”:
“Mão do Senhor”
segundo a tradição. Nossos gêmeos foram educados e instruídos pelos grandes
mestres da Síria e lá especializaram-se nas ciências e na medicina.
Os ensinamentos cristãos de sua Mãe, aliados a arte de curar e de aliviar os
sofrimentos alheios, fizeram de nossos jovens médicos, um testemunho de amor e
dedicação aos irmãos.
Os gêmeos médicos eram muito requisitados pelos pagãos, que neles encontravam
um sopro de esperança e um alento nos sofrimentos.
Cosme e Damião não perdiam a oportunidade de falar
de Jesus Cristo, o Médico dos Médicos, e de seu evangelho, assim aliavam a cura
do corpo e da alma.
A admiração dos pagãos crescia ainda mais, vendo
que os médicos Cristãos, não aceitavam a mínima gratificação, eram outras as
riquezas que atraiam: “Almas
para Deus.”
Incontáveis conversões foram testemunhadas, graças
ao empenho e a dedicação de Cosme e Damião. As curas aconteciam de várias
formas sendo até mesmo de formas extraordinárias, era o poder de Jesus sendo manifestado
através de seus servos fiéis.
Durante muitos anos viveram os médicos como
missionários na Cilícia. O empenho e a fama dos dois chamaram a atenção de
autoridades, e uma das primeiras medidas do governador Lígias, quando chegou a
a Cilícia, foi ordenar a prisão dos gêmeos, que lhe foram indicados como
inimigos das divindades pagãs.
O então governador Lígias dizia cumprir ordens do
imperador Diocleciano que nutria um ódio mortal contra os Cristãos.
Citados perante o tribunal de Lígías, este os
interpelou sobre o exercício da profissão e sobre algumas denúncias maldosas de
prática de feitiçaria.
Cosme e Damião estavam sendo acusados de exercer a
medicina gratuitamente, e isto, estava causando incômodo a alguns mercenários
da medicina.
Responderam as acusações dizendo:
-Curamos as doenças – mais em nome do
Senhor Jesus Cristo, do que pelo valor de nossos conhecimentos e ciência.
Lígias respondeu furioso:
-É preciso que adoreis aos Deuses, sob
pena de cruel tortura!
Novamente respoderam eles:
-Teus
deuses não tem poder nenhum; nós adoramos o criador do céu e da terra, e nele
depositamos nossa confiança.
Nossos gêmeos médicos foram submetidos aos cruéis
tormentos para faze-los negar a fé e renegar a Jesus Cristo.
Vendo o governador que nada os fazia mudar de ideia, ordenou que fossem
decapitados, e assim martirizados os médicos da gratuidade, os gêmeos da
bondade e da caridade.
Os corpos Cosme e Damião, foram carregados por uma
centena de amigos, pacientes e admiradores que por eles nutriam grande respeito
e veneração
Depois de algum tempo, os restos mortais foram
levados para a Síria, numa cidade chamada Cyra, e lá construíram uma Igreja em
homenagem aos dois.
Em Constantinopla foi construída outra Igreja em
honra aos mártires, por determinação do Imperador Justiniano I, que por eles foi
favorecido em grave doença.
Parte das relíquias de nossos santos encontram-se
em Roma e parte em Munique, no altar da Igreja de São Miguel.
Nossos Santos foram sempre muito festejados, são padroeiros dos médicos e
farmacêuticos. Algumas crendices lhes são atribuidas, porém devemos guardar
como exemplo de suas vidas é o zelo pelos que sofrem e o despeendimento dos
bens materiais.
Oremos:
São Cosme e São Damião, por amor a Deus e ao próximo, vos dedicastes à
cura do corpo e da alma de vossos semelhantes.
Abençoai , pois os médicos e farmacêuticos.
Medicai meu corpo na doença e fortalecei meu
espírito contra todos os tipos de supertição.
Amém.
Paz e Bem!
Prece do Serviço aos Necessitados
Deus, nosso
Pai, São Cosme e São Damião passaram no mundo fazendo o bem, curando as doenças
e aliviando o sofrimento de sua gente, dando confiança e esperança aos corações
atribulados. Fizeram de seu ofício de médico um serviço ao próximo.
Fazei, Senhor,
que também nós, inspirados no exemplo de vida de São Cosme e São Damião,
sirvamos os nossos semelhantes de modo desinteressado, buscando sempre o seu
bem e a sua felicidade.
Fazei que lutemos corajosamente pela humanização de uma
medicina que coloque o homem - mente e coração, corpo e espírito - no centro de
suas preocupações.
Que os médicos coloquem em primeiro lugar a vida, o bem de
seus pacientes, e não o lucro, a exploração do comércio da morte, visando
apenas o dinheiro.
Que, a exemplo
de Cristo, que veio para servir e não para ser servido, colaborem para que se
efetue o direito do povo de ter saúde e viver plenamente.
Fonte: www.jangadabrasil.com.br
As Crianças
da Umbanda
A linha de
Cosme e Damião reúne os espíritos erês, as crianças que desencarnaram antes dos
oito anos.
Trabalham nos terreiros sempre brincando e fazendo
uma algazarra enorme, gostam de balas, refrigerantes, chupetas, bolinhas,
gorros, carrinhos, bonecos e bonecas, enfim, tudo que as crianças da terra
realmente gostam. Seus jeitos graciosos, encantam a todos nos terreiros, mas
têm que ser controlados pelos dirigentes com muita determinação, porque
normalmente procuram fugir das ordens da hierarquia, mais para brincar do que
por desrespeito. Alguém perguntou ao Caboclo Akuan a razão das crianças ficarem
sentadas nos terreiros:
“- Porque
senão vocês não conseguem dominá-los. Respondeu de forma simples e objetiva.
Se hoje, com
a experiência que adquirimos na vida, pudéssemos voltar à infância, com certeza
seríamos meninos prodígios. Imaginem então uma criança com sete anos, com a
experiência de várias reencarnações. E assim são as crianças na Umbanda.”
Recebi um telefonema de um senhor do interior do
Estado, dizendo ter sido vítima de um trabalho espiritual e seu gado estar
morrendo. Convidei-o para vir ao terreiro fazer uma consulta. Ele veio, fez a
consulta com um preto-velho. Após a linha africana, chamamos as crianças. O
homem, sem arredar o pé do terreiro, talvez pelo interesse de assistir os
trabalhos até o seu final, ficou assistindo a chegada das crianças. O Tião,
nome da entidade, incorporada na Rita, parou na sua frente. Sentada, perguntou
se podia fazer um desenho com a pemba, para ele. Riscou no chão do terreiro um
mapa, como se fosse feito em vários pedaços, e dentro desenhou três corações.
- Tio, esses corações são seus três filhos.
O homem confirmou ter três filhos, demonstrando
surpresa, pois ali ninguém o conhecia.
- Este desenho é tua terra, feita por vários
pedaços.
Mais uma vez o fazendeiro confirmou que sua fazenda
foi formada, com a aquisição de várias propriedades menores e vizinhas.
O Tião riscou, no meio do mapa, fazendo curvas, um
risco como se identificasse um rio. Marcou nele um trecho com a pemba, e disse:
- Tio, teus bichinhos estão morrendo porque aqui a
água está ruim por causa daquele veneno feio que você joga nas plantas.
Finalizou, largando a pemba, e foi puxar o cabelo de uma outra criança que
passava perto.
Outra ocasião, eu me dirigia ao congá para encerrar
a gira, quando uma médium chamou minha atenção, afirmando estar sentindo a
presença de um espírito querendo incorporar. Sou exigente, tudo tem seu
momento, e aquele, com certeza, não era oportuno a qualquer tipo de
incorporação.
- Segure a entidade, que agora não pode haver
outras incorporações. Adverti, austeramente.
- Mas está muito forte, não sei se vou conseguir.
Dirigente tem que estar atento para todos os
sinais. Como a médium era experiente, em condições de dominar, quando quisesse,
as suas incorporações, fiquei em dúvida, se permitia ou não. O bom senso me fez
mudar de idéia.
- Está certo, pode incorporar. E mais ninguém.
Recomendei à corrente.
Imediatamente ela jogou-se no chão, rindo, batendo
palmas, veio cumprimentar a hierarquia. Correu para o centro do terreiro, e sob
o olhar de toda a corrente, olhou para mim e pediu:
- Vô, quero um dólar.
- O quê? Você quer um dólar? Para que você quer um
dólar? Perguntei, sob o riso geral.
- Eu quero um dólar, senão não vou embora. Ameaçou.
Dirigindo-me à assistência, perguntei se alguém
tinha um dólar para dar à criança. Alguém disse ter uma nota de dez dólares.
- Não, eu quero só um dólar. Reclamou a criança.
Uma moça, nos fundos da assistência, acusou:
- Eu achei na minha carteira uma nota de um dólar.
Informou, já com a nota americana na mão. Convidei-a para entrar no terreiro e
fazer a entrega da nota à entidade.
Junto comigo estava um pai-de-santo que veio nos
visitar. Cochichando expliquei para ele:
- Esta moça, dona da nota, tem câncer na garganta.
Ela sentou na frente da criança e fez a entrega da
nota. O espírito, fazendo muita festa com o presente ganho, bateu palmas, o pôs
de lado e iniciou uma massagem na garganta da moça, exatamente no lugar da
doença. Por sinal, hoje está completamente curada, claro não pela criança, mas
não tenho dúvida que ela teve uma participação muita grande nesta graça.
Até hoje o pai-de-santo visitante ainda comenta o
caso do dólar na linha das crianças e a forma esperta que teve de trazer a moça
ao meio do terreiro para jogar sua vibração em sua doença.
Fonte: http://www.paimaneco.org.br/
CRIANÇAS:
ENERGIA TRANSBORDANTE
BEIJADA: Nome dado no Brasil, às entidades que se apresentam sob a forma
de crianças. São, conforme a crença geral, nos cultos afro-brasileiros e na
Umbanda, as falanges dos Orixás gêmeos africanos IBEJI.
BEIJIS – IBEJI : (ib: “nascer”; eji: “dois”) Orixás gêmeos africanos que
correspondem, no sincretismo afro-brasileiro, aos santos católicos Cosme e
Damião. Ibeji na nação Keto, ou Vunji nas nações Angola e Congo.
DOIS DOIS: Nome pela qual são designados os santos católicos Crispim e
Crispiniano; também são assim designados os santos Cosme e Damião, os Orixá
africano IBEJI e as falange das crianças na Umbanda.
ERÊ: vem do yorubá iré que significa “brincadeira, divertimento”. Existe
uma confusão latente entre o Orixá Ibeji e os Erês. É evidente que há uma
relação, mas não se trata da mesma entidade. Ibeji, são divindades gêmeas,
sendo costumeiramente sincretizadas aos santos gêmeos católicos Cosme e Damião.
Erês, Crianças, Ibejada, Dois-Dois, são Guias ou entidades de caráter infantil
que incorporam na Umbanda.
Os erês são entidades puras e que nos ajudam de forma única e especialmente
doce. Os filhos de Ogum, como também são conhecidos, tem a presença mais alegre
da Umbanda, trazendo sempre renovações e esperança, reforçando a natureza pura
e ingênua dos seres humanos. É a linha que mais cativa as pessoas, pelo ar
inocente que traz na face do médium. Por sua natureza pura e pelos patronos a linha
de Cosme e Damião também traz a cura para os males do corpo e do espírito, além
de darem proteção e benção extra as crianças. Sua energia é transbordante de
vitalidade e alegria, sendo capaz de derramar as maiores bênçãos de harmonia
cotidiana.A festa de São Cosme, Damião e Doun, tem duração de um mês, iniciando
a 27 de setembro (Cosme e Damião) e terminando a 25 de outubro (Crispim e
Crispiniano).Nos Terreiros de Umbanda, a festa é muito bonita, há distribuição
de balas, doces e guaraná para as crianças, os médiuns incorporam as crianças
espirituais com a exteriorização atitudes infantis como o apego a brinquedos,
bonecas, chupetas, carrinhos e bolas. Mas infelizmente e erroneamente, muitos
interpretam a ‘gira de criança’ como uma diversão, afinal normalmente elas são
realizadas somente em dias festivos como também, muitas vezes não consigamos
conter os risos diante das palavras e atitudes das queridas crianças, momentos
únicos de alegria e descontração que os Guias Espirituais, as crianças,
aproveitam para nos curar de nossas amarguras. Ainda há muita deturpação com
relação às falanges de crianças na Umbanda, onde acredita-se que são espíritos
de crianças que morreram prematuramente, o que na verdade, as “crianças” são
espíritos elevadíssimos que trabalham na falange de Yori e “simplesmente” se
adaptam suas formas espirituais às formas astrais de crianças, assim de forma
doce, ingênua e com muita alegria esses Espíritos de Luz conseguem nos envolver
intimamente e desagregar energias densas enraizadas em nosso campo aurico que
nos deixa cada vez mais doente de corpo e de alma.No dia 27 de setembro, dê uma
pausa para a reflexão. Seu comportamento tem sido como das crianças espirituais
da Umbanda? Você tem sido alegre, bem humorado e puro de coração? Ou pelo menos
exercita o aprimoramento de viver sempre com alegria e esperança? Reflita sobre
a sua missão. Nesse dia especial, faça uma promessa para si mesmo; seu lado
infantil e puro não deve morrer! Deve renascer em bondade, amor por todos os
seres e gratidão pela vida. Se for a uma festa de Cosme e Damião no terreiro de
Umbanda, leve para casa, além dos doces e bolos, o exemplo de alegria e pureza
da sublime falange de Yori!
Salve as Crianças! Salve os Erês! Salve Cosme e Damião!Salve Oni
beijada!
A MAGIA DA CRIANÇA
O elemento e força da natureza correspondente a Ibeji são…TODOS, pois
ele poderá, de acordo com a necessidade, utilizar qualquer dos elementos. Eles
manipulam as energias elementais e são portadores naturais de poderes só
encontrados nos próprios Orixás que os regem.Estas entidades são a verdadeira
expressão da alegria e da honestidade, dessa forma, apesar da aparência frágil,
são verdadeiros magos e conseguem atingir o seu objetivo com uma força
imensa.As preces dirigidas às “Crianças da Umbanda”, são prontamente atendidas,
afinal, são dotadas de intenso poder mágico e vibração que só espíritos de
grande luz possuem.Uma curiosidade: Cosme e Damião foram os primeiros santos a
terem uma igreja no Brasil. Ela foi construída em Igarassu, Pernambuco, e ainda
existe.
Matéria extraída JUCA – Jornal de Umbanda
Carismática, edição 13 setembro 2007
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