Contarei este caso,
por razões evidentes, modificando referências e o nome da pessoa envolvida, a
pedido, e visando também resguardar uma situação obviamente delineada por
intervenção direta da Espiritualidade Superior.
É um caso
relativamente curto, mas que impressiona. Relata certa conhecida que, tempos
atrás, em desejosa de contribuir como doadora num Centro Espírita que
frequentou durante muitos anos, para sua surpresa, teve sua intenção negada,
porque, por algum lapso burocrático da própria Instituição, não constava nos
registros a sua presença, ainda que tenha fielmente frequentado sessões
preparatórias de evangelização, doutrinação e passes durante vários anos.
Argumentou-se que,
anos depois, e em não havendo provas palpáveis de ter sido, ela, uma
frequentadora costumaz, não poderiam aceitar suas doações. Eram regras da Casa.
Mesmo que – ela bem o notou – uma senhorinha de maior boa vontade tenha
compreendido seus melhores intentos, dando a entender que, dependesse dela, não
procederia de maneira tão rígida, afinal de contas, sua intenção era das mais
nobres. Queria apenas, e mesmo por gratidão aos benefícios recebidos daquela
Casa espírita anos antes, retribuir de algum modo, e em atitude que visava
acima de tudo à gratidão e anseio justo de contribuir, com alguma parcela,
ainda que modesta, para as campanhas beneficentes que regularmente o Centro
promove na localidade de sua residência.
Todavia, Amanda –
vamos chamá-la assim –, mulher pacífica que sempre fora, em não querendo
afrontar diretrizes justas da Casa, não insistiu, embora o sentimento de
frustração e de algum desânimo. Afinal, ajudar, sempre poderia, em qualquer
outra circunstância. Entregou suas intenções e pensamentos aos desígnios
divinos e aos pareceres da Espiritualidade assistente, e tomou o caminho de
volta para a sua casa, meditativa.
Passou o tempo;
talvez dois ou três anos. E então se decidiu a se mudar de residência para um
lugar mais tranquilo e condizente com o seu temperamento, já que, até então,
morava em rua frequentemente tumultuada pela azáfama constante do trânsito, do
barulho movimentado dos transeuntes e da poluição típica das vias de grande
congestionamento. Conseguiu um apartamentinho de acordo, em rua residencial
tranquila do mesmo bairro e, satisfeitíssima, se mudou para lá com toda a sua
família.
Vão alguns dias, e,
junto com a correspondência habitual, para a sua imensa surpresa, chega um
boleto de pagamento, no nome do morador anterior do apartamento. Um inquilino,
que deixou a cidade para retornar ao seu estado de origem devido à sua não
adaptação à agitação de uma cidade grande como o Rio de Janeiro, que acabou por
lhe afetar a saúde.
Admirada, mesmo
boquiaberta, por ser o boleto originário daquele mesmo Centro Espírita ao qual
ofereceu sua doação, sem sucesso, tempos antes, ousou abri-lo. Constatou se
tratar justamente de documento apropriado a doação mensal em favor da
Instituição, e que provavelmente o senhor que ali residira anteriormente, sendo
um frequentador, não deu caso de comunicar a sua partida, na certa precipitada,
de volta para o seu estado distante – razão pela qual ficara a situação, por
isso mesmo, sem arremate, ocasionando que, sem o devido aviso, continuou o
Centro a enviar regularmente, para o endereço, o carnê de doação àquele
voluntário.
E Amanda sorriu
largamente. De imediato, compreendeu a mão inefável da Espiritualidade
assistente daquela Casa, agindo em seu favor, e em reconhecimento à sua
desprendida boa vontade!
A Casa Espírita, por
razões de ordem menor, recusara-lhe a contribuição bem intencionada – mas as
falanges das dimensões invisíveis da Vida, que sempre aproveitam oportunamente
a colaboração ofertada de coração aberto pelos reencarnados que somam os seus
esforços aos da Invisibilidade em favor dos necessitados, a aceitaram! E,
estranhamente, a conduziram para um contexto no qual, não apenas conquistou a
moradia que lhe satisfizesse aos anseios modestos, mas também teve atendido o
anelo justo de oferecer a sua cota de auxílio para as campanhas do Centro que
frequentara, dedicada, anos antes!
Até hoje, portanto,
Amanda paga, infalível, as suas parcelas de ajuda a determinado Centro Espírita
do Rio de Janeiro, como doadora oculta – por detrás do nome de um senhor que
deixou a cidade para voltar a residir num dos belos Estados do ensolarado
nordeste!
O homem põe – mas a
Espiritualidade dispõe!
Por Christina
Nunes
Nenhum comentário:
Postar um comentário